quinta-feira, 26 de junho de 2014

Orvalho-do-sol



ORVALHO-DO-SOL





Estes exemplares da Orvalho-do-sol  (Drosophyllum lusitanicum), que apresentamos, foram fotografados no seu habitat natural, em 2010, no que julgo ser o último reduto desta planta em Ortigosa, dado que o local onde se encontravam em abundância, está cada vez mais reduzido, devido ao desenvolvimento do pólo industrial entre a EN 109 (Leiria - Figueira da Foz) e a auto-estrada A17. Este último reduto talvez sobreviva, já que se encontra numa zona mais a sul do pólo industrial, onde será difícil a construção devido às acentuadas curvas de nível, perto de um pequeno vale, pelo que a zona deve estar classificada como REN. Mas também há que ter em conta a intensa poluição causada pelo trânsito automóvel na EN 109 e na A17, que, por certo, irá ter efeitos negativos na sobrevivência destas plantas. 


 

Hoje, em Junho de 2014, o mato encontra-se cortado e com ele todas estas plantas carnívoras que se vêem nas fotos. Esperemos que as sementes que tenham caído à terra venham a germinar e que, dentro de poucos anos, possamos ter aqui, novamente, um importante reduto da Drosophyllum lusitanicum, que em Julho de 2010 chegou a ser visitado por elementos da Comunidade Portuguesa de Plantas Carnívoras, que à Ortigosa se deslocaram propositadamente para observar tais plantas no seu habitat natural. 



A Drosophyllum lusitanicum é um exemplar originário da flora portuguesa, mas também com presença em Marrocos e no sul de Espanha. Dá-se sobretudo em pinhais e matos ralos e, tanto quanto se julga saber, é a única insectívora capaz de se desenvolver em solos secos, arenosos ou rochosos, ácidos e fortemente expostos ao sol. Suporta bem a aridez estival graças a um sistema radicular bem profundo, assim como aguenta as chuvas torrenciais do inverno. Dantes encontrava-se com certa abundância de norte a sul de Portugal, até 30 km do mar, embora também apareça no Alentejo, na Serra de Ossa. 


         
                                                                                

                                
  
Popularmente é conhecida por Orvalho-do-sol, Pinheiro-baboso, Erva-pinheira-orvalhada, ou Orvalho-do-pinhal.
As folhas desta planta são muito finas e compridas, estando totalmente cobertas por glândulas que segregam uma substância pegajosa, com um odor a mel, à qual os pequenos insectos ficam agarrados, acabando por morrer de cansaço com o esforço feito para se libertarem. Depois, por gravidade, acabam por cair na base das folhas, onde glândulas digestivas segregam as enzimas e os ácidos necessários para a sua digestão. Parece que, em 24 horas, é capaz de digerir um pequeno mosquito. A flor, amarela, com pétalas de 2 cm de comprimento, aparece na Primavera, mas dura poucos dias.
                                    
                                     







Caso queira saber mais sobre plantas carnívoras, ver o sítio da Comunidade Portuguesa de Plantas Carnívoras
http://plantascarnivoras.forumr.net/
ou o da Associação Portuguesa de Plantas Carnívoras:
http://www.appcarnivoras.org/site/